domingo, 29 de março de 2009

Blá, blá, blá…


Através da voz decretamos o que temos em nós, o que nos vai na alma, na cabeça e no coração. É na voz que temos o nosso centro de poder. Poder porquê? Porque a partir do momento em que usamos a nossa voz, a nossa palavra, alguém está a ouvir. Alguém poderá usufruir dessa palavra ou não… A própria decisão de usar ou não a nossa voz é uma condicionante.


É fácil falar… Mas se pensarmos nas consequências das nossas palavras, será que as escolhemos melhor? Falamos para nos sentirmos bem, ou devemos falar para que os outros se sintam bem? – a palavra de conforto...

sexta-feira, 20 de março de 2009

Então e a Primavera?


Passamos dias à espera que o sol espreite, à espera que as nuvens se dissipem e que o azul resplandeça lá em cima. Esperamos, esperamos e esperamos... Passamos frio e chuva enquanto esperamos que um raio de sol apareça no horizonte. Finalmente chegou o equinócio de Março.

Agora que a Primavera chegou, vamos a aproveitar a Primavera da vida! Que é naquela bela idade de…30, 40, 50, 90 anos! Muitas pessoas pensam que a idade actuarial e aquilo que está no Bilhete de Identidade define aquilo que nós podemos e devemos fazer. Desenganem-se. A fonte da juventude está dentro de nós, e o espírito, a alma, não têm idade. Ou então, se quiserem acreditar em vidas passadas, temos muitos anos…

A idade não pode ser uma limitação psicológica. Muitas pessoas pegam na idade para dizer: “já não posso cumprir os meus projectos”; “já não posso fazer aquela grande viagem que queria fazer”; “já não posso mudar de profissão ou estudar mais”. Então o que dizer das pessoas que o fazem? Que se atiram à vida sem medo de represálias? Podemos até ter mais vidas pela frente… Mas, por que não aproveitar esta ao máximo? Para quê ficar em casa a ler os tais livros de auto-ajuda? Porque não abraçar este sol que apareceu na Primavera da Vida, e que afinal está sempre a brilhar?

Dissipem as nuvens, sintam o calor.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Pai Galinha?




Hoje é o dia do Pai! O Pai, para quem não sabe, é aquele elemento na família que, à medida que nós, filhos, crescemos em idade, mais próximo se torna. É um elemento curioso. Durante a primeira parte da nossa vida só está lá para nos chatear, não podemos fazer nada! Mas com as saudades da infância até nos esquecemos de como tinhamos os pés atados ao chão e a cabeça perdida no ar. E era tão bom!

Com o passar do tempo as relações mudam, e a relação entre pais e filhos também. Em determinado momento olham para nós de igual para igual e sentimo-nos crescidos, seja lá o que isso for. Se for este o vosso caso, conseguem perceber qual foi o momento: a ida para a faculdade, os 18 anos, a carta de condução, a entrada para o mundo do trabalho, enfim, pode ser tanta coisa...

Nestes momentos de adultice sentimos uma paz absoluta por termos sobrevivido à adolescência em casa dos pais. Terá sido um percurso difícil para alguns e a walk in the park para outros. A mim correu-me bem.
Se ele ainda anda por aí, digam-lhe o como ele é importante, se não estiver... Digam na mesma, que ele ouve!

quarta-feira, 11 de março de 2009

Com-paixão


Cruzamo-nos com muitas pessoas ao longo da vida e cada uma tem um papel a desempenhar, até mesmo aquela pessoa que se atravessou de manhã na estrada e a quem apitamos, ou aquela que nos dá um encontrão na rua e nem pede desculpa. Será que não existem pessoas más, e elas apenas estão a desempenhar a sua tarefa, ajudando os outros na sua? Hum... Não sei. Sei que todos somos Mestres, todos temos alguma coisa para fazer por aqui e todos temos alguma coisa que pode ser aproveitada como ensinamento pelos outros. Mesmo quando alguém nos prejudica, podemos aprender alguma coisa, se estivermos atentos.


“Cultivar a paciência ensina a desenvolver a compaixão em relação aos que nos ofendem sem no entanto aceitarmos que nos destruam. A compaixão é a melhor terapia para o espírito. Liberta-o de todas as amarras e do domínio das emoções conflituais.” Dalai Lama.


Sobreviver aos outros, precisa-se!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Geografia do Indivíduo


Muitos elementos constroem a nossa identidade. É a união de tudo aquilo que trazemos, que nos é inato e aquilo que vamos coleccionando ao longo da vida. O local onde nascemos e crescemos diz muito de nós e quando nos deixa boas recordações torna-se como um íman que nos atrai e nos puxa para si. É o que acontece comigo. É difícil largar este pedaço de terra que aparentemente até tem um microclima mau, casas caras e pessoas chatas. No momento da partida tem tudo mais encanto, o sol brilha durante todo o ano, as casas são lindas e temos cá tantos amigos.


Diminuindo a escala e aumentando a área (esta aqui é à geógrafa, velhos tempos…), vemo-nos numa região que nos identifica, num país que nos conhece e ao qual não queremos voltar as costas. A relação com o meu país sempre foi ambígua. É lindo, é maravilhoso, é quente, é mesquinho, é corrupto, é uma desilusão… Não sou patriota nem nacionalista, mas também não sou do contra… Acho que no futuro muita coisa poderá acontecer, e que algo está reservado para o paraíso à beira mar plantado. Não somos perfeitos como portugueses, apenas "O" somos porque assim nos sentimos, e assim nos identificamos. A identidade portuguesa pode ser aperfeiçoada, deixando para trás os facilitismos, o fado, a tristeza e o conformismo.


Ao evoluir individualmente, cada um pode trabalhar para que, em conjunto, possamos viver em comunidade, na aldeia, na região, no país. Não sou uma sonhadora sou uma “objectivista”. Não digo “gostaria tanto que o país evoluísse” digo, nós vamos avançar! Começa em cada um de nós, na luta que temos de travar connosco, individualmente, para depois evoluir, como colectivo.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Bulimia livresca


Muita gente lê livros - espirituais, auto-ajuda, what ever - de enfiada à espera que, de repente, numa única frase, encontre sentido para a sua vida. Com a conjugação de algumas letras cria-se a perspectiva de que o mundo é lindo a partir do nosso sofá.

Muitos destes livros são de facto excepcionais e podem marcar a vida de uma pessoa de uma forma muito positiva. Estou neste momento a ler um da Elizabeth Clare Prophet que recomendo. Este livro tem sido, aliás, livro de cabeceira e livro para levar na mala. “O Poder do Agora”, de Eckhart Tolle, é igualmente excepcional e permite-nos ver que vivemos amarrados às lembranças do passado e aos sonhos do futuro, enquanto nos esquecemos de viver no Aqui e Agora. É um livro muito interessante. Um outro, altamente recomendável, é “O Tao do Pooh”, de Benjamin Hoff, onde podemos ler sobre o Taoismo de uma forma muito diferente e inesperada.

Mas – e há sempre um mas – ficar sentado no sofá a ler livros e à espera que algo aconteça não me parece que seja muito funcional… Noutro post falei em INTERAGIR, neste a palavra-chave é AGIR! Ler é bom! Ler é excelente! Mas tem de haver um equilíbrio entre a teoria e a prática! Viver precisa-se! É preciso sair para a rua, sentir o cheiro do “lá fora”, sentir os pés no chão, deixar as gotas de chuva rolar no corpo se preciso for, falar com o outro... Enfiem os dedos na areia da praia, sintam cada grão de areia a passar na vossa pele, sintam-se vivos! Escrevam o vosso próprio manual de auto-ajuda, sem imposições, regras ou divisões.

Acho que vou para a rua com um manual… de fotografia!! E com a máquina, claro!

Beijos de LUZ!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Parcialidade vs Amizade Colorida


No outro dia li algures que a paixão é sinónimo de parcialidade, ou seja, estar apaixonado é ser parcial... Apressei-me a consultar um dicionário, para confirmar o significado de parcial: favorável a uma das partes em litígio; pessoa partidária de alguém. Hum... Para parcialidade surgem as seguintes definições: Partido, fracção. Instala-se a confusão! Ora bem, é verdade que quando nos apaixonamos tomamos mais facilmente o partido do nosso “amante”, mas daí a ser sinónimo... Como não me considerei suficientemente clarificada, fui procurar a palavra paixão. O dicionário que consultei apresenta dez significados, sendo que o terceiro é: grande mágoa!! O sexto, lá está, é parcialidade. Afinal estar apaixonado é ser político! Que brilhante conclusão.

Gostei especialmente da décima definição: Colorido! Provavelmente deveríamos de criar uma nova denominação para a amizade colorida, uma vez que a cor pressupõe paixão! E é mais que certo que a maior parte das amizades coloridas não é ensombrada pela paixão... (a não ser que estejamos a falar da paixão carnal...). O problema surge quando na amizade colorida surge paixão... De um dos lados!

A grande vantagem da amizade colorida é não existiram laços, nem promessas, nem previsões para o futuro. Nunca se sabe quando vai acabar, apenas se sabe que vai morrer de morte natural. Este tipo de relacionamento – ou não relacionamento – deixa de fazer sentido quando se fazem exigências que vão para além da satisfação física.

Tenho, definitivamente, algumas objecções a esta definição. Para além da questão da cor, já expressa anteriormente, a palavra amizade não me parece ajustada. Amizade pressupõe uma relação harmoniosa, e harmonia é por vezes o mais difícil de encontrar neste tipo de relacionamento. Principalmente quando as perspectivas são diferentes!!

Um relacionamento baseado na amizade é caracterizado pela afeição e simpatia. Então, como é que uma amizade colorida, que se pretende que seja sem laços e sem sentimentos (pelo menos sentimentos profundos e importantes), pode ter como base, palavras, cujas definições contradizem as suas características principais? Temos utilizado as palavras erradas! Para definir relações erradas!

Defendo a alteração da denominação. Podemos trocar as palavras “amizade colorida” por “possível não-relacionamento engraçado até certo ponto”. Persiste a dúvida se será um relacionamento. Gostei bastante de verificar no meu dicionário que, para a palavra “relação” existe uma definição muito interessante: “trato social”. Bem, podemos considerar que será um trato social, mas numa sociedade composta por duas pessoas, cujo convívio se verifica entre 4 paredes...


Quanto à restante definição, considerei que a palavra colorido merecia ser substituída por uma que sublinhasse igualmente as vantagens desta relação, mas que, ao mesmo tempo, alertasse para os perigos da mesma. Assim sendo, será “engraçada até certo ponto”, uma vez que é engraçada até que começa a haver “cor” e a confundirem-se sentimentos!

Ainda bem que já passei esta fase e tenho uma pessoa brilhante ao meu lado!

terça-feira, 3 de março de 2009

As pessoas e as linhas de montagem



No post anterior, em que falei sobre o meu avô, estava longe de imaginar que ia receber comentários e parabenizações. Expressei aquilo que sentia, sem lágrimas ou tristeza, apenas disse aquilo que É, para mim. Os comentários deixados fizeram-me sorrir e reler o texto vezes sem conta. Urge um post sobre pessoas, e sobre os amigos.


As pessoas estão em todo o lado, “nenhum homem é uma ilha”. Na sociedade em que vivemos temos de lidar com o outro com uma frequência diária. Longe vão os tempos em que existiam comunidades auto-suficientes ou ermidas. Já viram como isto é impossível? É difícil ser auto-suficiente. E é difícil criar laços, esticar a mão...


Já pensaram em como somos dependentes do amor, da presença humana? Temos então, a dualidade: por um lado, lidar com as pessoas e por outro o medo da solidão. A mente humana nunca está satisfeita, não é?

Pensem na vida como uma grande linha de montagem de uma fábrica… Nós somos as peças… O tapete corre e não tarda já lá não estamos… Seize the day! Façam, avancem, evoluam, falem uns com os outros, INTERAGIR é a palavra-chave. Sorriam!