domingo, 27 de junho de 2010

Solidão


Solidão, o estado do estar só;
Só, desacompanhado, afastado;

Então e quando nos sentimos sozinhos na multidão? Espacialmente estamos próximos, emocionalmente estamos sós, desacompanhados e afastados de todos. Às vezes porque o queremos, porque necessitamos do afastamento e do isolamento; noutras não temos escolha... Isolam-nos.

O problema é quando estamos próximos mas não queremos estar presentes; queremos atenção e escondemo-nos; estamos a postos, à escuta e tapamo-nos; Não sabemos o que queremos, o que é melhor para nós e estamos confusos. Devemos então estar sós para nos compreendermos? Devemos nos isolar para estar connosco, e a partir daí sararmo-nos para estar no colectivo? Ou poderá o colectivo nos curar? O que é melhor? Talvez deixar estas perguntas para trás e avançar sem as respostas, porque estar aqui sozinha a fazê-las faz-me estar parada... E só.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Gestão de expectativas


A expectativa que criamos em relação a tudo o que nos rodeia, toma por vezes dimensões inesperadas. É como uma fogueira que alimentamos, e quanto mais madeira colocamos a arder, maior o seu fogo e mais ar nos consome.

É assim que somos consumidos na nossa própria chama. A energia que podia ser gasta noutras coisas, é dirigida a esta fogueira, e de repente, estamos sem conseguir respirar. Porque o fogo tudo consumiu, porque chegámos tão alto na nossa fasquia, que agora a queda é imensa.

A expectativa é isso. É esperar demasiado, pensar demasiado e depois gerir a demasiada frustração que é o resultado que nos chega, quando as premissas não se cumprem. É uma suposta esperança que se baseia em probabilidades, e nós sabemos que essas têm bases muito frágeis... É uma espera que deixamos ao vento, porque na maior parte das vezes, temos expectativas elevadas em algo que não podemos manipular ou gerir.

Viver entre as expectativas que criamos também nos influencia negativamente a partir do momento em que não damos conta das pequenas vitórias que vamos alcançando na vida. E quanto maiores as expectativas, mais tapadas essas pequenas vitórias ficam. Qualquer acontecimento é minimizado, tendo em conta que, aquilo que almejamos é completamente diferente, e é aquilo que é expectável.

O combate às expectativas é urgente, até mesmo no colectivo. Por vezes espelhamos expectativas muito elevadas na nossa sociedade, no nosso país, e acabamos por não ver o que de bom existe, e esperando que, ao ganhar um campeonato de futebol a vida colectiva melhore.

É como se usássemos uma lupa, vemos o pequeno exageradamente grande e os nossos olhos, que não estão habituados a estas visões, em vez de se alarmarem, ficam maravilhados e alimentam esta forma de levar a vida, levando-a em expectativa.

Será justo viver no que poderá ser e não aproveitar aquilo que já é? Poderá o amanhã invisível ser melhor do que o simples agora? Que mistérios da mente humana promovem este tipo de vivência?

domingo, 20 de junho de 2010

Xiiiuuu, é segredo!



Um dia não são dias, dizia ela. Aliás, até podemos fingir que nada aconteceu. Ninguém mais sabe, ninguém viu! Mas eu sei, dizia-lhe. Ela não parecia importar-se com isso. Pelos vistos eu não era ninguém, e ninguém sabia.


Será que os segredos são eternos? Serão os segredos baús velhos? Fechados com grandes cadeados e grandes chaves? Às vezes penso no que aconteceria ao Mundo se todos os segredos fossem revelados. Será que culminava em guerra, ou será que teríamos paz?


Segredo é mistério, é ocultar e esconder, é mergulhar tudo na água mais profunda, é tapar com o manto da invisibilidade para não se ver.


Segredar é tão parecido com segregar... Será o segredo uma forma oculta de nos afastarmos dos outros?