sexta-feira, 28 de maio de 2010

Infâncias

Hoje não há fotografia...


Num rápido regresso ao passado a infância é doce, longuínqua e disforme... Não a consigo ver bem... Parece toldada por um véu, o véu do tempo que não deixa ver com detalhe, não deixa ver com transparência. Ficam algumas ideias, um rasto do que foi e do que podia ter sido, uma amostra de sensações...

Achamos que sobrevivemos, somos fortes e crescidos, somos invencíveis e coroados por sucessos aparentes. Cá dentro a criança chora... Não há resolução... Não há paz, às vezes. Afinal ainda existe uma criança em nós que nos puxa a saia e diz "eu ainda estou aqui..." ainda nos influencia, ainda nos limita e ainda nos faz regressar aos medos, às inseguranças... Mas só às vezes.

domingo, 23 de maio de 2010

Time


Não há nada de mais certo que o envelhecer e o morrer. Ainda assim, o ser humano passa a vida a não assumir o inevitável. Cada dia que passa representa um passo na direcção do que sabemos que vem...
Um dia não são dias, mas os dias correm velozes e já não os apanhamos... As tardes já não são eternas, e os momentos já são tardios... O tempo não passa nos momentos mais delicados e difíceis, e desaparece nos mais felizes... O que são minutos são horas, e as horas são dias... O tempo passa... E nós aqui estamos, a olhar para todo o lado e a pensar - mas para onde é que o tempo foi? Antes era eterno... Agora foge entre os dedos como a areia...
Resta-nos... Nós. Duas Espadas... Nós Todos, que não vemos... Resta-nos o esquecimento dos dias a passar, sobram os ideiais para quando temos tempo... Restam-nos os nossos planos para um tempo futuro...
O tempo... O tempo não anda... Nós é que passamos por ele...