Esta rede, a Tarrafa, é do meu avô e este post é sobre ele. Infelizmente já não o posso fotografar com a minha máquina nova, mas residem em mim imensas imagens dele que não consigo transmitir, senão em palavras. Quando jogavamos às cartas, o meu avô perdia de propósito comigo, para que eu ficasse feliz. Ele era o Chefe, eu a chefinha e o meu primo o chefe também... Todos mandavam! Nenhuma criança se sentia inferior ao pé dele! Foi, e é, o avô querido, sem menosprezar os outros, claro, mas este é especial.
Profundo conhecedor do Mar e suas manias, nasceu nas Azenhas do Mar e, tal como quis, acabou a sua Missão de Vida na Praia Grande. Não foi estudioso nem grande trabalhador, mas foi um grande Avô. Contava histórias de mar maravilhosas que me deixavam impressionada e deixava-me participar nas "caras para o lado", que era, nada mais, nada menos do que, endireitar as notas que tinham pago os toldos e barracas do dia. Notas de 20, notas de 50, de 100 Escudos, lembram-se delas? O meu avô fez quilometros naquela Praia Grande a cobrar os toldos e as barracas, talvez alguns de vocês se lembrem dele, de mala a tiracolo... Eu lembro dele, sempre.
Deixou-se levar no primeiro dia da época balnear de um qualquer ano, e o mar estava parado na Praia Grande, sem uma única vaga...